A Charlie Foundation, fundada pela família de Charlie Abrahams em 1994, é uma organização norte-americana cuja missão é fornecer informações sobre os tipos de dietas cetogênicas para pacientes e profissionais da saúde.
Charlie, atualmente com 25 anos, apresentava uma epilepsia de difícil controle na infância, passando por diversos tratamentos sem sucesso e, por insistência de seus pais, iniciou a dieta cetogênica no hospital Johns Hopkins (EUA), através da qual ficou livre de crises.
Este ano, a Charlie Foundation promoveu o 5º Simpósio Mundial sobre Terapias Cetogênicas em Banff, Canadá, no período de 20 a 24 de setembro. O público alvo foram nutricionistas e médicos engajados com este tratamento e envolvidos em centros de diversos países.
Este simpósio teve como foco as inovações das pesquisas clínicas e experimentais a respeito das terapias cetogênicas, como: dieta cetogênica, dieta de Atkins Modificada e dieta de Baixo Índice Glicêmico e sua aplicabilidade em outras doenças.
Já é comprovado que a dieta cetogênica é um tratamento eficaz nos casos de epilepsia farmacorresistente, porém, estudos recentes mostram que também beneficia outras doenças neurológicas, como por exemplo, doença de Alzheimer, autismo e alguns tipos de tumores cerebrais.
A abrangência das terapias cetogênicas para tais doenças apresenta, em sua maioria, estudos com modelos animais a fim de se comprovar e avaliar o mecanismo e efeitos a curto e a longo prazo no organismo humano. Desta forma, mais estudos são necessários a fim de se indicar a dieta cetogênica como tratamento complementar às terapias de primeira linha em tais doenças.
O evento contou com a participação de empresas do ramo alimentício, como a Danone®/Nutrícia® e a CMW®, com propostas de dieta enteral (KetoCal e KetoVolve), Vitaflo® com as opções de carbzero e beta quik (preparado à base de ácido graxo de cadeia longa e média respectivamente), Namyang® com o produto Ketonia, bebida pronta para consumo na proporção 4:1 da dieta cetogênica.
Outras empresas também contribuiram: Accera® (companhia para o desenvolvimento de novas terapias para doenças neurodegenerativas, como Alzheimer), Ketonix® (nova opção para medição da cetose através da respiração), Ultragenix®, com foco nos diagnósticos de deficiência no transportador de glicose Glut-1, etc. Apesar de alguns destes fornecedores não estarem ainda no Brasil, novas possibildides de utilização e recursos são importantes.
Nos dois primeiros dias do congresso, houve a exposição dos 157 pôsteres selecionados, onde a presidente de honra da ABE, Dra. Laura Guilhoto e a nutricionista responsável pelo suporte à dieta cetogênica da ABE, Marcela Gregório, prestigiaram apresentando dois trabalhos desenvolvidos na Unifesp sobre o tema. Tiveram a oportunidade de conhecer os principais profissionais da área, conforme mostraremos nos registros a seguir.
Beth Zupec Nutricionista do Hospital John Hopkins.
Nutricionista Marcela Gregório e a Dra. Laura Guilhoto
Dra. Laura junto com a fundadora da Matthews Friends, Emma Williams e a nutricionista Marcela Gregório
O Dr. Eric Kossof e a nutricionista Millicent Kelly. Ambos do Hospital John Hopkins.
Claudia Rocco, Marcela Gregório, Dra. Letícia Sampaio, Patrícia Azevedo e Dra. Laura Guilhoto. Profissionais brasileiras envolvidas com as terapias cetogênicas.
Nancy Abrahams. Mãe do Charlie, e membro da Charlie Foundation, organização que promove a dieta cetogênica e está localizada nos Estados Unidos.
Jim Abrahams. Diretor do filme “First do no harm”, lançado em 1997. Conta a história de uma criança em epilepsia refratária e sua trajetória até a descoberta da dieta cetogênica. Estória semelhante à de seu filho, Charlie Abrahams, que atingiu controle completo das crises epilépticas após a dieta na década de 1990.
Para o profissional com interesse em aprender sobre este tema, o próximo simpósio ocorrerá em 2018, no período de 5 a 8 de outubro, em Jeju, na Coreia do Sul.
Acompanhe as notícias da ABE para maiores informações.
Texto de Marcela Gregório.