As pessoas com epilepsia apresentam uma alta incidência de problemas emocionais, os quais nem sempre estão associados à gravidade de seu quadro clínico mas, frequentemente, à dificuldade de aceitar o próprio diagnóstico, às limitações que as crises acarretam, além do estigma social da condição.
Pessoas com epilepsia comumente desenvolvem como mecanismo de defesa a negação do diagnóstico. Após essa fase de negação, segue-se um período de conflito, no qual o indivíduo tenta aceitar essa nova realidade. A seguir, a pessoa com epilepsia entra no período de depressão, começando a assimilar a situação do novo diagnóstico. Este período, se não for muito demorado, deve ser considerado normal, após o qual segue-se, eventualmente, um período de aceitação.
São vários os fatores estressantes psicossociais na epilepsia. O primeiro é o estresse de ter uma doença crônica. No entanto a principal dificuldade da pessoa com epilepsia é a característica episódica de sua doença.
O receio de convulsão constitui um estresse, levando a pessoa com epilepsia a ficar com medo de praticar atividades sociais habituais, como sair com um amigo durante a adolescência. A ameaça é maior que a ocorrência. Além disso, a crise epiléptica é uma experiência marcante e nova para vários membros da população em geral.
Caso ele necessite ocultar a doença para se manter estável na sociedade especialmente no ambiente de trabalho a carga de estresse se torna ainda maior. Além disso, o fenômeno da dependência dos outros é muitas vezes difícil de romper, sendo mais fácil, algumas vezes, permanecer doente que ficar livre das crises e sadio. Sendo assim, a pessoa com epilepsia tem que aprender a lidar com a saúde e a sua doença.