Sindrome de Angelman (SA)

A síndrome de Angelman é um distúrbio neurogenético raro que afeta 1 em cada 15 mil nascidos vivos. É causada pela perda de função do gene UBE3A, localizado no cromossomo 15 materno.

É causada por 4 genótipos, delelção (70-75%), mutação (15%), dissomia uniparental paterna (5-7%) e defeito no centro de imprinting (5-7%). Os primeiros sinais aparecem já nos primeiros meses de vida, mas ficam mais evidentes entre 6 meses e 1 ano de idade. 10% da pessoas afetadas não desenvolvem a marcha. 90% apresentam epilepsia, com início das crises entre 1 e 5 anos de idade na maioria dos casos.

A epilepsia afeta 80-90%das pessoas com o subtipo de deleção, tem uma prevalência de 75% nos subtipos de mutação e dissomia uniparental e pode chegar a 50% nas pessoas com defeito do centro de imprinting. Os primeiros sinais aparecem já nos primeiros anos de vida, mas ficam mais evidentes entre 6 meses e 1 ao de idade.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito através de exame molecular.

Exames diferentes identificam subtipos diferentes. O caminho mais comum quando há suspeita de SA é fazer um exame de metilação, que identifica 85% dos casos (deleção, dissomia uniparental e defeito no centro de imprinting).

No caso de resultado positivo da metilação pode ser necessário novos exames para determinar o subtipo (análise de microsatélites, FISH). Caso a metilação seja negativa ainda é necessário fazer o sequenciamento do gene UBE3A ou um exoma para diagnosticar os casos de mutação.

Aconselhamento genético deve ser oferecido a todas as famílias, já que casos de mutação ou deleção do centro de imprinting podem ser herdados da mãe e ter uma chance de 50% de recorrência.

Medicações de primeira escolha

As medicações mais indicadas no controle da epilepsia em Angelman são levetiracetam e lamotrigina, clobazam e clonazepam. Muitas vezes sendo necessário a associação de mais de um medicamento.

Tratamentos adicionais

Dieta cetogênica e tratamento de baixo indíce glicêmico também são boas opções. Canabidiol Full Spectrum apresenta bons resultados em alguns casos. Alguns indivíduos com epilepsia refratária também pode se beneficiar da Terapia VNS.

Medicações que devem ser evitadas

O ácido valpróico e seus derivados costumam ter bons resultados no controle das crises, mas podem causar muitos efeitos colaterais como aumento de tremores nas mão, perda da marcha e piora no distúrbio de equilibrio, portanto devem ser usados apenas em último caso. Vigabatrina deve ser evitada pois piora as crises. Outros medicamento que devm ser evitados são carbamazepina, oxcarbamazepina, fenobarbital, fenitoína.

Tipos de crises

Os tipos de crises mais comuns são crises mioclônicas, atônicas, tônico-clônicas generalizadas e ausências atípicas. Casos de espamos infantis também são relatados com menos frequência. A maior parte das crises são generalizadas, mas crises focais também podem ocorrer.

Comorbidades mais comuns

As prinicipais características são atraso motor, hipotonia, distúrbios do movimento (ataxia, dispraxia…), distúrbio de equilibrio, distúrbio do sono, ausência ou fala limitada, refluxo, epilepsia, estrabismo divergente, constipação.

Morte súbita inesperada em epilepsia (SUDEP)

Pode acontecer, mas não é comum.

Associações e grupos de apoio

Associação Angelman Brasil.

Referências bibliográficas

Aqui.
















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